Eu não queria estar aqui sentada, vendo as coisas da
internet com um olhar distante, postando coisas sem querer postar, mas hoje sou
inútil. Como todos os domingos. Como a maioria deles, para ser mais exata.
Eu não queria que a minha segunda, terça, quarta e o resto
dos dias fosse um mistério eterno, de nunca saber o que vai acontecer. De
caminhar pro trabalho e planejar cada passo de outras pessoas sabendo que eu
não sei como serão. Fazer o que planejei fazer com tudo apontando para não
faça. Não quero. Não me importa o que você está fazendo aqui, você não manda em
mim.
Eu não mando em ninguém, nem em mim mesma. Meus planos
sempre se afundam sozinhos, às vezes uma onda forte joga tudo em cima de
pedras. Os planos se machucam. A pessoa que os faz também, mas passa. Fazer o quê, eu pedi, eu escolhi cada merda de adversidade a
dedo. Escolhi as coisas boas também e disso não me arrependo. Para que tudo se
torne quem eu sou. Para que tudo corra como eu planejei o destino, as coisas
que não contamos, que não contei fazem diferença.
Diferença, eu sabia lidar mais com isso. Pelo menos eu acho
que sabia. Parar de pensar no amanhã e nos outros e me concentrar mais no que
posso fazer para manter todo esse caos numa espécie de normalidade: me concentrar
mais nas minhas atitudes diante de tudo. Parece o certo, mas elas podem mudar
também.
Na verdade, o amanhã é onde tudo depende.