sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

quinta-feira, 26 de junho de 2014

I stood for nothing, so I fell for everything.

            É tão estranho quando me deparo com tudo isso aqui. Parece incomodar tanta coisa assim, toda escrita. Mas em certos momentos, certo conforto e prazer. Parece nada, mas quando tudo cria forma dentro de um período é certo deixar registrado. Mesmo que não seja nada. De qualquer forma, é confortador.

            Me acostumo nas rotinas e nas retinas e certas coisas já não fazem parte como faziam. Dá um certo gosto de satisfação misturado à memória do que já não faz mais parte. Não parece tanto tempo assim, mas para quem vive o tempo é como se sente. Relativo e pessoal.

            Tenho me apegado a isso. Quando dá tempo. Racionalizar e Raciocinar demais não funciona. A vida ensina todos os dias. A rua que atravessamos não é igual todos os dias. O nosso cabelo não é igual todos os dias. É preciso deixar rolar e jamais fingir que se deixa.

          As fotografias estão em discos quase irrecuperáveis e daí lembro que é necessário salvar e guardar tudo de novo. Algumas coisas passam de propósito e há discos que foram psicodelicamente danificados, mas ficam ali ocupando espaço. Certas roupas que eu insisto em guardar, e sapatos que jamais vou usar. A gente fica com o que não pesa tanto. No final nada é importante, mas diante de tanta efemeridade, porque não se apegar?

            É paradoxal eu sei, tanta memória rabiscada e desconexa. E passa a ser divertido quando você se acostuma a se surpreender. Parar pra pensar nesse tipo de coisa e escrever enquanto Katy Perry vocaliza Roar é tão irônico quanto a vontade de cantar junto como se já não fosse tão tarde pra isso. Não gosto de quebrar o silêncio, não diretamente.

            Pode ser que nada mude, porque eu espero mudança. Pode ser que seja exatamente tudo igual também, pra variar. Ando descompromissada com o tempo, quando a gente espera ele passar tudo sempre parece uma eternidade.

            Uma dia de cada vez é a regra mesmo que o calendário do resto do ano já esteja completamente rabiscado.

            

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Tesoura sem ponta - O mundo anda tão complicado


Eu sei que não deveria, mas toda vez que eu tento é como dar dois passos pra trás. Cada vez que levanto, uma rotina, um detalhe, o cheiro permanece intacto no travesseiro e percebo que tenho ocupado mais tempo na rotina da dúvida entre trocar ou não os lençóis. A saudade fica cada vez mais intensa e cada vez menos demorada, mas mesmo assim ela existe e está todos os dias pedindo um pedaço da minha atenção.

Contei todos os passos possíveis ente os cantos do seu sorriso. Parece ridículo e antiquadamente assimétrico toda essa poesia entalhada em nós. De repente tudo parece detalhe, todo detalhe parece menos e estar junto se concebe tão mais. Necessário.

E digno, porque esqueço de fechar a porta pra usar o banheiro – não que meu banheiro tivesse porta, mas isso não importa – porque tudo o que é íntimo parece assustadoramente natural.

Mas não se esqueça de esconder as tesouras, as pontas soltas e os restos de cabelo na pia. O amor não é cego e ele repara na bagunça.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Começa assim.

Começa assim: Lembrei que tenho um blog. E como sempre que esqueço que tenho coisas e as folheio até me lembrar de como era. Poxa.... quase um ano. E nesse meio tempo tanta coisa. Sabe, quando você perde o jeito? Não sabe por onde começar? Não sabe se começa ou se deixa as traças comerem tudo. Pois é.
 
Há coisas que precisam ficar no passado e certamente algumas coisas que escrevemos também. Houve um tempo em que eu julgava as pessoas pelo que elas escreviam no passado, mas pensando bem, se essa escrita despretensiosa - e eu falo aqui sobre redes em geral - é uma forma de se livrar de alguma coisa, pode muito bem ser que hoje, lendo tudo o que escrevi nos últimos três anos - metade porque eu apaguei muita coisa - o que escrevi não seja mais o que eu penso, o que acredito.
 
As neuras somem, surgem outras, outras angústias também. Dilatam-se umas nas outras se tornando algo mais complexo do que simplesmente escrever sobre, salvar, publicar e resolver. Tenho vivido ainda com algumas mas sei conviver melhor com isso.
 
Penso que na verdade quase tudo é simples falta do que fazer. Do que pensar.
 
Estive esse ano todo, quase que diariamente planejando ações, determinando coisas, e resolvendo no último segundo o que eu não havia contado, o que poderia não ter dado certo. Estive questionando, também quase que diariamente, valores e ideias preconcebidas. Dos meus 20 até os 25 todos os anos foram assim, de questionamentos e decisões e quando eu tenho a ilusão de pensar "poxa, esse ano foi foda!" vem a vida e me mostra que aquilo não foi nada. Por conta disso não vou falar em 2013 como se as experiências que tive com ele me fizeram aprender muito porque 2014 vai chegar e eu vou descobrir que ainda não sei nada da vida.

E antes que o texto acabe eu queria confessar - não que isso seja um diário - tenho regredido. Tenho reparado nos meus erros e cheguei a conclusão que parte dos defeitos que me desfiz eram sim - sim, Clarice - parte do meu alicerce. Tenho destruído alguns tijolos que prejudicaram a estrutura de pilares inteiros, agora só preciso reconstruí-los. Mesmo que para isso eu inevitavelmente magoe algumas pessoas. É preciso ser forte e ser forte é ter estrutura completa e suficiente para se assumir como verdadeiramente se é.


Espero voltar mais vezes.
Nem que seja pra jogar conversa fora.



p.s: não faz um ano, mas a sensação é essa. ou seja.