Eu
sei que não deveria, mas toda vez que eu tento é como dar dois passos pra trás.
Cada vez que levanto, uma rotina, um detalhe, o cheiro permanece intacto no
travesseiro e percebo que tenho ocupado mais tempo na rotina da dúvida entre
trocar ou não os lençóis. A saudade fica cada vez mais intensa e cada vez menos
demorada, mas mesmo assim ela existe e está todos os dias pedindo um pedaço da
minha atenção.
Contei
todos os passos possíveis ente os cantos do seu sorriso. Parece ridículo e
antiquadamente assimétrico toda essa poesia entalhada em nós. De repente tudo
parece detalhe, todo detalhe parece menos e estar junto se concebe tão mais.
Necessário.
E
digno, porque esqueço de fechar a porta pra usar o banheiro – não que meu
banheiro tivesse porta, mas isso não importa – porque tudo o que é íntimo
parece assustadoramente natural.
Mas
não se esqueça de esconder as tesouras, as pontas soltas e os restos de cabelo
na pia. O amor não é cego e ele repara na bagunça.
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